Julieta - Crítica sem Spoilers
Julieta, romance de estreia
de Anne Fortier, é um livro maravilhoso, repleto de muito suspense, romance, cultura
e ação. E o mais importante: todos esses elementos na dose certa.
É quase inevitável para
aqueles que já leram os livros de Dan Brown, em especial O Código Da Vinci, não
notar as felizes semelhanças. Trata-se de uma trama que instiga o leitor,
fazendo-o entrar de cabeça na história e tentar desvendar, junto com a
protagonista, o grande mistério que envolve a maldição lançada sobre as
famílias Tolomei e Salimbeni.
Por falar na maldição e nos
fatos que lhe deram origem, é incrível a trama criada pela autora. Todos os
pedaços do enigma de que trata o livro se encaixam muito bem e fazem todo sentido.
Por consequente, acabamos ficando como a personagem principal, imaginando como
não tínhamos percebido ou desvendado determinada coisa antes. Isso sem
mencionar a quantidade de reviravoltas, que é realmente impressionante, chega a
dar um nó na cabeça de quem está lendo.
Quanto à releitura da
história de Romeu e Julieta, se eu fosse resumir em uma palavra, seria
fantástica. A riqueza de detalhes, a excelente ambientação e os diálogos
românticos e sagazes são dignos de uma obra literária memorável. A autora
consegue de fato nos transportar à Siena do século XIV. Shakespeare teria
ficado orgulhoso, eu aposto.
Além de tudo isso, os
personagens são muito carismáticos e cada um desempenha um papel fundamental
para a história. É praticamente impossível não se deixar envolver por eles e não
se imaginar em seus lugares. Sem contar que o casal principal formado tem muita
química, do tipo que te faz torcer por eles, o que, ultimamente, é difícil de
achar nos livros.
Devo dizer que o final do
livro, além de ser muito surpreendente, superando todas as minhas expectativas,
ainda me emocionou. Após todos os segredos terem sido trazidos à tona e todas
as dúvidas terem sido esclarecidas, o romance nos presenteia com um último
capítulo capaz de trazer lágrimas aos olhos. Pelo menos a olhos extremamente
sensíveis como os meus.
Para mim, o livro só tem
dois pontos negativos: a história demora um pouco a engrenar, ou seja, leva
algum tempo até ela ficar realmente interessante; e os capítulos são, em geral,
longos, o que pode tornar a leitura meio cansativa ou deixar o leitor meio
impaciente.
Enfim, por todos os motivos
acima, eu afirmo que Julieta é um livro que eu recomendo a todos aqueles que adoram
desvendar um bom mistério e/ou àqueles que não resistem a uma boa e velha
história de amor.
Sinopse: Julieta nos
leva a uma deliciosa viagem a duas Sienas: a de 1340 e a de hoje. É a história
de uma lenda que atravessou os séculos e foi imortalizada por Shakespeare. Mas
é também a história de uma mulher moderna, que descobre suas origens, sua
identidade e um sentimento devastador e novo para ela: o amor. Julie Jacobs e
sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, na Itália, mas desde os 3 anos foram
criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose, que as adotou depois de seus
pais morrerem num acidente de carro. Passados mais de 20 anos, a morte de Rose
transforma completamente a vida de Julie. Enquanto sua irmã herda a casa da
tia, para ela restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente: seu
verdadeiro nome é Giulietta Tolomei. Disposta a saber mais sobre sua origem,
Julie parte para Siena, onde seus temores se confirmam ao encontrar um velho
diário que conta uma história trágica: há mais de 600 anos, dois jovens
amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio
irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível
maldição persegue essas duas famílias. E, levando-se em conta a linhagem e o
nome de batismo de Julie, ela provavelmente é a próxima vítima. Tentando
quebrar a maldição, ela começa a explorar a cidade e a se relacionar com os
sienenses. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais
perigo.