O Teorema Katherine - Crítica com Spoilers
O Teorema Katherine, segundo
livro lançado pelo aclamado autor John Green, mais conhecido por seu best-seller A Culpa É das Estrelas, não
é uma história sobre um romance, mas sim sobre como todos eles terminam.
Colin Singleton, o menino
prodígio de 17 anos, cansado de sempre de ser o “terminado” de todos os
relacionamentos de que já fez parte, decide criar um teorema matemático que
explique por que todas as Katherines que já namorou terminaram com ele e que
preveja o fim de seus próximos relacionamentos.
Toda a ideia do livro é
muito boa e original, além do quê as explicações matemáticas que ele contém,
até mesmo para mim que não entendo muito de matemática, fazem todo o sentido e
ainda fazem com que o leitor se interesse de fato. Isso sem contar nas inúmeras
curiosidades sobre diversos temas que o autor incluiu nas notas que rodapé, que
são muito legais.
Os personagens também são
bons. O protagonista é um garoto muito inteligente e ao mesmo tempo muito inseguro.
A forma como Colin utiliza sua inteligência, escancarando-a a todo o momento,
acaba por impedi-lo de fazer amizades. Por isso, a princípio, seu único amigo é
Hassan, um garoto árabe de 17ª anos acima do peso, e que, apesar do jeito
atípico do menino prodígio, sempre gostou dele e o ajudou. Hassan, ao contrário
de Colin, sempre teve muita facilidade em fazer amigos, pois sempre foi o
engraçado e o descontraído da turma, o que depois ele vem a entender que não
passa de um modo de não fazer nada. Ou seja, ser o Sr. Palhaço o ajuda a se
manter no ócio e a não fazer nada com sua própria vida, acabando por viver as
vidas alheias. E ainda temos Lindsay Lee Wells, a garota popular da pequena
cidade de Gutshot que parece ter mil e uma personalidades, o que ela acaba concluindo
no final como uma forma de mascarar quem ela realmente é, que, em sua opinião,
seria alguém que dificilmente seria popular.
No entanto, eu preciso dizer
que a história não me empolgou, o que, para mim, foi surpreendente, pois eu
esperava mais desse livro. Achei que o livro não tem muitos momentos
emocionantes nem mesmo aqueles ganchos que nos fazem ficar ansiosos pelo próximo
capítulo ou pela próxima página. O casal formado por Colin e Lindsay até que é
interessante, mas não conseguiu me cativar muito também.
Apesar de tudo, achei o
final bom. Colin acabou descobrindo que, embora seu teorema funcione
perfeitamente em relação ao passado, ele não pode prever o futuro. E isso
acabou servindo para que o personagem decidisse aproveitar mais o presente.
Ademais, ele também compreendeu que não valia a pena passar a sua vida inteira tentando
ser alguém importante, porque até mesmo as pessoas mais importantes que ele
conhecia um dia seriam esquecidas. A conclusão dele foi de que as histórias
duram mais do que as pessoas, por isso decidiu escrever a sua história.
Enfim, O Teorema Katherine é
um livro bom, com personagens interessantes, uma boa narrativa, uma boa tese e
com boas lições de vida. Porém, falta nele emoção, acontecimentos marcantes e
um casal forte. Por essas razões é um livro que passa longe de ser um dos meus
favoritos.
Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na
bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas
de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o
Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no
carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora,
descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da
Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da
linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes
mesmo que as duas pessoas se conheçam.