A perfeição que não consigo atingir


O mundo exige de nós nada menos do que a perfeição. Devemos ser perfeitamente bonitos, educados, inteligentes, engraçados, simpáticos, alegres, solidários, sociais, etc. Há certas pessoas que não ligam para essas exigências. Mas a maioria deve ser como eu, e se importa sim.

Acho que eu sempre fui assim, pois, desde que me entendo por gente, sou qualificada como perfeccionista e exigente. E isso nem sempre é um elogio.

Acontece que a perfeição é impossível para nós seres humanos. Não há seres humanos perfeitos. É uma ilusão o que a mídia e certos usuários de redes sociais tentam nos mostrar. Compramos essa ilusão porque nos é agradável, e porque adoramos viver em utopias.

No meu caso, a pessoa que mais exige de mim mesma sou eu. E a impressão que tenho é que isso só foi piorando ao longo dos anos. Com o passar do tempo, comecei a depositar sobre mim expectativas cada vez mais altas e metas cada vez mais distantes. Não que eu não deva sonhar grande, acho que todos devem. O problema é se torturar com objetivos quase inalcançáveis.

Sou do tipo capaz de passar um dia inteiro se culpando por um erro idiota que aconteceu no início do dia. Mas as coisas têm um peso diferente para mim. Há certas áreas da minha vida em que os erros são mais aceitáveis do que em outras, acho que com todo mundo é dessa forma. Se eu tirar uma nota mais baixa numa prova, ok; se eu magoar alguém a quem amo, certamente vou ficar me culpando.

Creio que estou a alguns passos de vencer a minha luta contra a busca pela perfeição, pois o primeiro passo já dei: admitir que ela não existe. Agora só me falta colocar em prática esse entendimento. E como posso fazer isso? Relevando erros bobos, aceitando meus defeitos e tendo a consciência de que sempre faço o melhor que posso.

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