Take Me - Crítica com Spoilers
Ontem eu tive a oportunidade de
assistir a um dos mais novos filmes originais da Netflix, Take Me, dirigido por
Pat Healy, o mesmo diretor de Orange Is The New Black. Quando li a sinopse
(porque sim, sou dessas que sempre lê a sinopse antes de assistir a alguma
coisa), eu achei a história do filme meio doida, mas acontece que o filme é
mais ainda (rs).
A trama gira em torno de Raymond
Moody, interpretado pelo próprio diretor do filme, Pat Healy, um cara que
montou uma empresa especializada em sequestros simulados, que, segundo ele
próprio, são utilizados pelos seus clientes como um mecanismo para superar
problemas psicológicos ou desvios de comportamento, ou só por diversão mesmo. O
empresário pensou ter tirado a sorte grande quando uma mulher se dispôs a pagar
alto por seus serviços, porém a situação dele se complica por conta desse novo
serviço de um jeito que ele jamais imaginaria. Essa mulher é Anna St. Blair,
interpretada por Taylor Schilling, estrela de Orange Is The New Black.
Como um bom filme de comédia,
esse é realmente engraçado, talvez pela própria trama ser bem louca e atípica,
talvez pelo desenrolar das coisas durante o filme, talvez por ambos os motivos.
Mas o que eu achei interessante mesmo é que o filme, apesar de ser de comédia,
tem um clima de suspense muito legal. O tempo inteiro você fica se questionando
se Anna realmente está falando a verdade, e ela não é a mulher que ligou contratando os serviços de Ray, ou se só entrou de cabeça na
personagem, como a suposta Anna que entrou em contato com o empresário disse que
gostaria de fazer.
O filme mostra, basicamente, a
relação entre Ray e Anna, sendo os outros personagens totalmente apagados e acessórios.
E acredito que essa tenha sido a intenção do filme, ou seja, nos deixar vinculados
apenas àquele pequeno núcleo para que também tivéssemos uma sensação de aprisionamento
de alguma forma.
Os dois atores principais estão muito
bem em seus papéis. Eles são engraçados e dramáticos sem exageros. A parceria
entre Pat Healy e Taylor Schilling realmente dá certo.
Uma coisa que me surpreendeu foi
o final do filme. Imaginei que, depois de sofrer tudo o que sofreu na mão de
uma cliente psicótica, Ray desse um fim ao seu negócio pouco convencional. Mas,
com base na última cena, em que Ray vê um de seus antigos clientes recuperado
de sua compulsão alimentar em virtude do sequestro simulado e sorri, suponho
que ele tenha chegado à conclusão de que suas atividades são efetivas, fazem
bem às pessoas e, portanto, ele deveria continuar com elas.
Bom, Take Me não é um típico filme
de comédia, do tipo que você assiste, dá risada e não precisa pensar muito no
assunto. Na verdade, ele é um filme voltado para aqueles que buscam uma comédia
que lhes instigue, para aqueles que queiram dar risada enquanto tentam resolver
um mistério.