Preciso falar sobre autoestima


Eu não costumava ser muito boa nesse negócio de ter autoestima. Durante anos eu tive baixa autoestima. Não gostava do meu corpo, do meu cabelo, da minha postura; tinha vergonha do meu jeito de ser, dos meus gostos, dos meus planos, dos meus sonhos; não me achava bonita o suficiente, inteligente o suficiente, engraçada o suficiente, simpática o suficiente. Ou seja, não me achava boa o suficiente para os diversos padrões que me eram apresentados diariamente. Tinha vergonha de ser diferente. Achava que ser igual a todo mundo era o ideal, que assim eu seria feliz.

Por conta dessa baixa autoestima deixei de assumir as coisas de que sempre gostei, deixei de concretizar planos tão bem traçados e deixei de buscar sonhos tão incríveis.

Por conta dessa baixa autoestima me envolvi com algumas pessoas que me diminuíam ainda mais, fosse com palavras ou atitudes. Eu as deixava dizerem que eu era menos do que realmente sabia que era, eu as deixava me tratarem como se meu valor fosse muito abaixo daquele que, no fundo, eu sabia que tinha.

A baixa autoestima pode te levar a caminhos perigosos, faz você fazer loucuras em busca de uma aceitação plena, a qual talvez você nunca atinja. A baixa autoestima faz você se envolver com pessoas cruéis, as quais se aproveitam da sua fragilidade para se engrandecerem e/ou para tirar vantagens.

E baixa autoestima não é só coisa de adolescentes ou dos jovens. Por incrível que pareça, é mais comum do que pensamos em adultos mais velhos. Pois, no fundo, os adultos mais velhos podem estar tão perdidos, inseguros e confusos como nós (os jovens). Porque tudo isto faz parte da natureza humana. Muitas das pessoas que se mostram seguras e cheias de autoestima, na verdade, podem estar apenas mascarando um estado de baixa autoestima do qual se envergonham.

Eu recentemente fiz as pazes comigo mesma. Parei de esperar os outros me acharem linda para então eu me achar também. Compreendi que sou uma pessoa muito inteligente e cheia de potencial. Percebi que sou mais simpática do que a maioria das pessoas que conheço. Aceitei que meus sonhos e planos são lindos, por mais loucos que possam parecer. Notei o quanto eu amo meu jeito de ser, o quanto me agrada ser exatamente quem eu sou.

Eu sei o quanto o caminho para a autoaceitação é difícil, eu caminhei por ele durante um bom tempo. Desenvolver o amor próprio é uma tarefa árdua, pois estão sempre tentando nos ensinar que devemos ser todos iguais. Ah, se soubéssemos desde sempre o quanto é encantador ser diferente! Uma das melhores coisas que existem é viver cercado por pessoas tão diferentes, as quais podem enriquecer a vida dos outros com meros gestos ou palavras.

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