Girlboss: 1ª Temporada - Crítica com Spoilers



A série original da Netflix, Girlboss, baseada no livro homônimo auto-biográfico best seller de Sophia Amoruso, criada por Kay Cannon, com Charlize Theron e a própria Sophia Amoruso como produtoras executivas, estreou no dia 21 de abril de 2017 na plataforma de streaming, mas eu só tive oportunidade de assistir recentemente.

Girlboss é uma série de comédia que conta como Sophia Marlowe (Britt Robertson), uma garota falida, completamente perdida em relação a seu próprio futuro, ergue uma empresa milionária de roupas chamada Nasty Gal, começando com uma loja no site e-bay.

No geral, eu gostei da série. Com cada episódio durando entre 25 e 30 minutos, é um programa leve de assistir e bom para se distrair.


Gostei muito de como a trajetória de Sophia é apresentada. Não sei se quanto a isso a série foi fiel ao livro, mas, de qualquer forma, me agradou. É muito empolgante ver uma mulher de 23 anos que não tinha a menor noção do que fazer com sua própria vida descobrir qual é seu talento e investir nele de modo a se tornar rentável. É curioso porque quantos jovens não tem uma crise identidade com seus vinte e poucos anos? É muito comum, com essa idade, parar e pensar se você realmente está investindo seu tempo e seu esforço em algo que realmente ama.

Sophia, a partir do momento em que descobre o que deve fazer com sua vida, se mostra uma personagem forte, com grandes qualidades que nos inspiram. Ela se mostra determinada, destemida, incansável e independente. A cena em que ela dispensa o pai, Jay (Dean Norris), como fiador só para que o contrato de aluguel não ficasse no nome dele é sensacional e fortaleceu ainda mais a personagem.


Mas Sophia também tem muitos defeitos. Ela é mandona, imatura, mimada, desagradável, arrogante e egoísta. E, no início, tudo bem, todos sabiam, mas ninguém lhe dava um basta. Porém, com o tempo, essas características foram ficando cada vez mais intoleráveis até chegar ao ponto de as pessoas mais próximas a ela, sua melhor amiga Annie (Ellie Reed), e seu namorado Shane (Johnny Simmons), terem de lhe dizer isso abertamente. A protagonista, a partir de então, surpreende e se mostra mais flexível, mais disposta a se controlar, o que demonstra seu amadurecimento.

Falando em Annie, a amizade entre as duas é o máximo. Sendo sua mãe ausente desde que a abandonou com 12 anos de idade e tendo ela um relacionamento complicado com seu pai, Sophia tem em Annie mais do que uma melhor amiga, mas sim uma irmã, alguém da família. E a melhor amiga faz por onde, estando sempre presente na vida dela e ajudando-a em tudo.


Quanto ao Shane, eu sempre tive minha desconfiança. Quando ele admitiu nos primeiros episódios que já tinha traído sua ex-namorada e sugeriu que tinha problemas com fidelidade, eu já imaginei que ele trairia Sophia. Então, no fim das contas, apesar de ter sido super legal, companheiro e carinhoso com ela, ele se tornou uma grande decepção. E foi muito interessante ver que a protagonista, apesar de sempre se mostrar tão durona e desapegada, sofreu demais com essa traição, tanto que nem conseguiu aproveitar o grande sucesso que seu site teve desde o primeiro dia e a festa de lançamento dele. Aliás, ela sofreu tanto que quase teve uma recaída e voltou com Shane, deixando de lado seus ideais feministas. Mas, pelo que eu pude entender, eles terminaram a temporada ainda separados.


O que me incomodou nessa série foi que, em alguns momentos, eu achei a personagem principal meio forçada. Não sei se foi um problema de roteiro, se foi por causa da atuação da Britt Robertson ou se era para a personagem ser assim mesmo. A questão é que, em alguns momentos, a personagem se esforça tanto para parecer legal e descolada que se torna chata e insuportável.

Outra coisa que me incomodou foi a série mostrar que furtar é algo legal e sem importância, como se fosse uma brincadeira. A falta de respeito e de noção de limite em relação ao patrimônio alheio gera muitos problemas em nossa sociedade. Então acho que a série devia ter sido mais cuidadosa ao tratar disso.


Enfim, Girlboss é uma série que te diverte e te faz querer buscar seus sonhos, mesmo que sejam totalmente improváveis e ambiciosos, como os da protagonista Sophia. E, se tem uma coisa que essa história nos ensina, é que tudo é possível quando estamos determinados a conquistar o que realmente desejamos.

Obs.: Uma pena que a série tenha sido cancelada pela Netflix! Eu gostei muito e gostaria de continuar acompanhando a história de Sophia. Falando nisso, a própria Sophia Amoruso foi quem anunciou em primeira mão que a série havia sido cancelada. E, na ocasião, ela se mostrou meio chateada, dando a entender que ficou caricata na série e dizendo que certos acontecimentos, como a traição de um cara chamado Shane, nunca aconteceram de verdade. Bom, a Netflix mostra um anúncio no início de cada episódio dizendo que se trata de uma releitura livre dos fatos. De qualquer forma, a série está cancelada e não há nada que possa ser feito.

Obs2.: Eu tenho pena da Britt Robertson, de verdade, porque toda série que ela estrela é cancelada logo no início. Vejamos: Life Unexpected, The Secret Circle e agora Girlboss. E eu a acho uma boa atriz. Ela só não teve sorte até agora.

Obs3.: Vocês sabiam que a Nasty Gal declarou falência no final do ano passado, após 10 anos de existência? Isso não significa o fim da marca. Significa que ela passará por reestruturações e que Sophia Amoruso não é mais a presidente executiva.




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