Ele (a) mudou sem aviso
Os seres humanos, como regra, gostam de estabilidade. Gostamos de saber que determinadas coisas ou pessoas não vão mudar, ou, ainda que mudem, não mudarão para ou com a gente. É aí que erramos e nos decepcionamos.
Se as coisas mudam, se as circunstâncias mudam, se até a natureza muda, então por que as pessoas não mudariam? Passamos a vida contando que aquelas pessoas sejam sempre as mesmas e depositamos nelas sonhos, expectativas, esperanças, transformando-as em constantes. Até que nos provam que não são constantes, mas sim variáveis. E então nosso mundo vira de pernas para o ar! Pois a falta de estabilidade faz o ser humano se sentir perdido, desesperado, sem rumo.
Eu era do tipo de pessoa que colocava a estabilidade de sua própria vida sobre as costas de diversas pessoas. O que ganhei com isso? Algumas relações duradouras e cheias de raízes, mas também uma série de laços cortados.
As pessoas mudam e mudam sem aviso. A mudança pode ser repentina, da noite para o dia, pois um único evento é capaz de mudar quase que por inteiro uma pessoa. A mudança pode ser gradual, e, nesse caso, geralmente só percebemos quando já é tarde demais para evitar a decepção.
Eu era do tipo que não aceitava muito bem as mudanças. Gostava das coisas onde eu achava que deveriam estar. Acreditava que aqueles que me amavam jamais mudariam. Mas muitos mudaram de forma brusca e dolorosa. Muitos se perderam de mim, de si mesmos. Muitos eu quis perder, pois as pessoa nas quais se transformaram já não me agradavam mais.
Mudanças acontecem e são inevitáveis. Pessoas mudam, devemos estar preparados. Mas nem toda mudança é ruim. E, de qualquer forma, aqueles que nos amam de verdade, independente de qualquer mudança, sempre encontrarão um jeito de permanecer em nossas vidas.